quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Olimpíadas - meu balanço

Ouvi no rádio outro dia: "As pessoas acharam o desempenho do Brasil nas Olimpíadas ruim, mas o Sr. presidente achou razoável." Algo assim, talvez não tão infantil, mas com esse conteúdo.
Claro, sem dúvida, que o nosso belo país poderia ter se saído melhor. Os voleiboys, ou voleibeachboys, o futebol - tanto masculino quanto feminino - a moça da vara, todos ouros, ou medalhas possíveis. Mas não rolou.

Minha revolta vai para dois pontos: a narração e a decepção.

Narração: Já temos que aguentar o Galvão viajando no nosso dia-a-dia de futebol. Mas colocar narrador pondo pressão nas olimpíadas é ridículo. Estava eu vendo a maratona aquática de mulheres e quando uma das nossas cresceu um pouco na prova, a anta do narrador (não sei o nome, era no sportv), ja começou a gritar que poderia ser ouro, que iamos vencer, etc. Acabaram em 4º e 6º se não me engano. Mas dá até desânimo. É aquela máxima do jogo do Curintia: num grita gol antes pq mela... O cara narra o esporte assim. Superspição minha? Claro que não, só quero saber da prova, não ouvir o achismo do narrador.

Decepção: Talvez o tópico devesse se chamar Diego Hypólito, a grande decepção do país. Ridículo isso. O cara foi muito bem, é muito bom e sem dúvida é o maior ginasta que o Brasil já teve. E o ouro era dele, não meu, nem seu, nem de ninguém que o taxou como a "amarelada" do ano.
O cara tem muito pouca idade e um talento e disciplina muito maior do que a maioria da população daqui. Então, não julguemos. Ele foi bem, foi ótimo e errou no final, fazer o que, acontece. Isso, apesar do ranking, não o torna um ginasta pior. Mas agir como se ele tivesse lá pra ganhar o ouro e tornar isso uma obrigação nacional só pra a nossa bunda no sofá ficar mais contente ao ver no quadro de medalhas um numerinho a mais é ser um ser humano muito feio. E olha que, diferente dele, nós temos várias chances...

Pra mim tá bom. Parabéns Brasil.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Apego territorial

Já disse que sou um cachorro. Mas desta vez me sinto um gato.

Não entendo como pode um teatro sucumbir às chamas. Ele é tão imponente num dia, tão sólido, fixo... No outro é cinzas, escombros. Uma foto que mais parece montagem, filme, e arranca suspiros, lágrimas, lembranças.
Eu nem sabia que gostava tanto de lá. Subi naquele palco algumas vezes e me sentei na platéia incontáveis momentos. Ouvi, aplaudi, senti muitas coisas naquelas cadeiras. Estive no palco, coxia, camarins, tive conversas, amigos, fotos... Tenho várias fotos no camarim...
Estranho conhecer o cheiro do lugar. Me ressinto por não poder mais entrar lá, achar meu lugar no fundo e sentar em outro na frente. Olhar em volta procurando amigos, inimigos, conhecidos e tomar cuidado pra não escorregar ao ir cumprimentar o artista lá atrás.
Vejo que perdi um pedaço do meu espaço. Não só meu mas meu também, porque não?
[Inconformada].
E meio envergonhada pois não imaginei que pudesse ser tão brega.