segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Apego territorial

Já disse que sou um cachorro. Mas desta vez me sinto um gato.

Não entendo como pode um teatro sucumbir às chamas. Ele é tão imponente num dia, tão sólido, fixo... No outro é cinzas, escombros. Uma foto que mais parece montagem, filme, e arranca suspiros, lágrimas, lembranças.
Eu nem sabia que gostava tanto de lá. Subi naquele palco algumas vezes e me sentei na platéia incontáveis momentos. Ouvi, aplaudi, senti muitas coisas naquelas cadeiras. Estive no palco, coxia, camarins, tive conversas, amigos, fotos... Tenho várias fotos no camarim...
Estranho conhecer o cheiro do lugar. Me ressinto por não poder mais entrar lá, achar meu lugar no fundo e sentar em outro na frente. Olhar em volta procurando amigos, inimigos, conhecidos e tomar cuidado pra não escorregar ao ir cumprimentar o artista lá atrás.
Vejo que perdi um pedaço do meu espaço. Não só meu mas meu também, porque não?
[Inconformada].
E meio envergonhada pois não imaginei que pudesse ser tão brega.

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